quarta-feira, 16 de maio de 2012

Fichamento- Linguagem, Língua, Linguistica



Linguagem, Língua, Linguistica
José Luiz Fiorin

A linguagem faz parte do universo e depende de toda uma visão de mundo, realidade social, histórico e cultural de quem está envolvido nela.
Para a linguagem chegar no conceito e perspectiva de hoje ela passou por um processo histórico onde se transformou através de povos, locais, autores revolucionários, religiões e diversos fatores,  onde aos poucos ela foi se transformando e ganhando lugar, no inicio do século XX, com a investigação sobre a linguagem, feita pelo Ferdinand de Sassure, professor da Universidade de Genebra a lingüística passa a ser reconhecida como estudo cientifico, estudos estes que estão centrados na observação dos fatos de linguagem.
Em seguida a história do estudo da linguagem, o texto aprofunda-se no que seria a própria linguagem. As línguas naturais, notadamente diversas são, manifestações de algo mais geral, a linguagem. Os autores que pressupõem uma teoria geral da linguagem e da análise linguística são Sassure e Chomsky.
Algumas postulações de Sassure são:
·        A linguagem é “heteróclita e multifacetada”, pois abrange vários domínios;
·        A linguagem envolve uma complexidade e uma diversidade de problemas que suscitam a análise de outras ciências;
·        Separa uma parte do todo linguagem, a língua- um objeto unificado e suscetível de classificação. A língua é uma parte essencial da linguagem;
·        A língua é “um sistema de signos”- um conjunto de unidades que se relacionam organizadamente dentro do todo. É a “parte social da linguagem”, exterior ao individuo; não pode ser modificada pelo falante e obedece às leis do contrato social estabelecido pelos membros da comunidade;
·        A fala é um ato individual; resulta combinações feitas pelo sujeito falante utilizando o código da língua;
·        A distinção linguagem/língua/fala situa o objeto da lingüística;
·        Foco de seu trabalho a linguística da língua, “produto social depositado no cérebro de cada um”, sistema supra individual que a sociedade impõe ao falante;
·        Separa a teoria da fala;
·        Teoria da analise linguística denominada – estruturalismo;
No século XX Noam Chomsky trouxe para os estudos linguísticos uma nova perspectiva, onde as transformações, podemos destacar alguns conceitos:
·         A linguagem como um conjunto (finito ou infinito) de sentença;
·         A linguagem é uma capacidade inata específica da espécie, isto é, transmitida geneticamente e própria da espécie humana;
·         Construir uma teoria geral da linguagem, conhecida como gerativismo;
·         Distingui competência de desempenho. Competência linguística é a porção do conhecimento do sistema linguístico do falante que lhe permite produzir o conjunto de sentença de sua língua, é o conjunto de regras que o falante construiu em sua mente pela aplicação de sua capacidade inata para aquisição da linguagem. O desempenho corresponde ao comportamento linguístico, que resulta não somente da competência linguística do falante, mas também de fatores não linguísticos de ordem variada, pressupostos sobre as atitudes do interlecutor. O desempenho pressupõe a competência ao passo que a competência não pressupõe desempenho;
Em seguida temos o questionamento sobre a existência de uma linguagem animal.  Considerando que a articulação da linguagem em significados menores é a propriedade fundamental, na linguagem humana, pois permite produzir uma infinidade de mensagens novas a partir de um número limitado de elementos sonoros distintivos. Em síntese, a comunicação das abelhas que o texto colocou em questão não é uma linguagem, é um código de sinais, como se pode observar pelas suas características.
As linguagens podem ser muitas como: música, dança, artes e muitas outras, é então que é necessário especificar que a Linguística estuda somente a linguagem verbal humana, apesar da importância que todas a linguagens verbais e não verbais compartilham uma característica importante- são sistemas de signos usados para a comunicação.
 A Linguística faz parte da ciência semiótica, pois estuda a principal modalidade dos sistemas sígnicos, as línguas naturais que são a forma de comunicação mais altamente desenvolvida e de maior uso. As línguas naturais situam-se numa posição de destaque entre os sitemas sígnicos porque possuem, entre outras as propriedades de flexibilidade e adaptabilidade.
O linguista procura descobrir como a linguagem funciona por meio do estudo de línguas específicas, considerando a língua um objeto de estudo que dever ser examinado empiricamente, dentro de seus próprios termos. A metodologia da análise linguística focaliza, principalmente, a fala das comunidades e, em segunda instância, a escrita.
A propriedade atribuída pelo linguista ao estudo da língua falada explica-se pela necessidade de corrigir os procedimentos de analise da gramática tradicional.
Existem dois campos de estudos: A lingüística geral e a descritiva. A geral oferece os conceitos e modelos que fundamentarão a análise das línguas, a descritiva fornece os dados que confirmam ou refutam as teorias formadas pela linguística geral.
Os estudos das transformações linguísticas na história são chamadas de diacrônicas. Sassure, trouxe um novo ponto de vista o sincrônico, mas também reconhece a importância da complementaridade das suas abordagens. Em sincronia os fatos linguísticos são observados quanto ao seu funcionamento, num determinado momento. Em diacronia os fatos são analisados quanto às suas transformações, pelas relações que estabelecem com os fatos precederem ou sucederem. A descrição sincrônica analisa as relações existentes entre os fatos linguísticos nun estado de língua, os estudos diacrônicos  são feitos com base na análise de sucessivos estados de língua. O estudo sincrônico sempre precede o diacrônico. Muitos linguistas tomam a separação sincrônica/diacrônica com rigoroso principio metodológico.
A linguisticas vem crescendo e definindo-se com o tempo, ampliando o seu espaço criando-se varias áreas interdisciplinares.
A gramática tradicional assumiu desde sua origem um ponto de vista prescritivo, normativo em relação à língua e isso é ate hoje em alguns lugares, pois ela fornece argumentos para se acreditar que existe uma única maneira correta de se usar a língua.
A conjunção do descritivo e do normativo efetuada pela gramática tradicional opera uma redução do objeto de análise que, de intrinsecamente heterogêneo, assume uma só forma: a do uso considerado correto da língua.
Abordar a língua exclusivamente sob uma perspectiva normativa contribui para gerar uma série de falsos conceitos e até preconceitos, que vêm sendo desmistificados pela linguística.
Todas as línguas até hoje estudadas constituem em um sistema de comunicação estruturado, complexo e altamente desenvolvidos.
A abordagem descritiva assumida pela linguística entende que as variedades não padrão do português. O termo gramatical usado com um valor descritivo: a gramática de uma língua ou de um dialeto é a descrição das regularidades que sustentam a sua estrutura.
Com o objetivo de descrever a língua, a Linguística desenvolveu uma metodologia que visa analisar as frases efetivamente realizadas reunidas em um corpus representativos(conjunto de dados organizados com uma finalidade de investigação).
Com essa postura teórico-metodológica diante da língua decorre o caráter cientifico da lingüística que se fundamenta em dois princípios: o empirismo e a objetividade. A lingüística é empírica porque trabalha com dados verificáveis por meio da observação; é objetiva porque examina a língua de forma independente, livre de preconceitos sociais ou culturais associados a uma visão leiga da linguagem.
A gramática é gerativa, porque de um numero limitado de regras permite gerar um número infinito de sentenças. Reflete o comportamento do locutor que, a partir de uma experiência finita e acidental da língua, pode produzir e compreender um número infinito de frases novas.
Outra gramática proposta de explicação do fato linguistico é apresentada pela gramática funcional, fundamentada nos princípios do funcionalismo que leva em consideração o uso das expressões linguisticas na interação verbal, inclui na análise da estrutura gramatical toda situação comunicativa: o propósito do evento de fala, os participantes e contexto discursivo.
O funcionalismo concorda que acima de tudo a língua é instrumento de interação social usado para estabelecer relações comunicativas entre os usuários.
O fenômeno da linguagem, que não se esgota no estudo das características internas à língua, em termos de propriedades formais do sistema linguísticos, mas se abre para outras abordagens que considerem o contexto, a sociedade, a história.

           

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