Linguagem, Língua,
Linguistica
José Luiz Fiorin
A
linguagem faz parte do universo e depende de toda uma visão de mundo, realidade
social, histórico e cultural de quem está envolvido nela.
Para a linguagem
chegar no conceito e perspectiva de hoje ela passou por um processo histórico
onde se transformou através de povos, locais, autores revolucionários,
religiões e diversos fatores, onde aos
poucos ela foi se transformando e ganhando lugar, no inicio do século XX, com a
investigação sobre a linguagem, feita pelo Ferdinand de Sassure, professor da
Universidade de Genebra a lingüística passa a ser reconhecida como estudo
cientifico, estudos estes que estão centrados na observação dos fatos de
linguagem.
Em seguida a história
do estudo da linguagem, o texto aprofunda-se no que seria a própria linguagem. As
línguas naturais, notadamente diversas são, manifestações de algo mais geral, a
linguagem. Os autores que pressupõem uma teoria geral da linguagem e da análise
linguística são Sassure e Chomsky.
Algumas postulações
de Sassure são:
·
A linguagem é “heteróclita e multifacetada”, pois abrange
vários domínios;
·
A linguagem envolve uma complexidade e uma diversidade de
problemas que suscitam a análise de outras ciências;
·
Separa uma parte do todo linguagem, a língua- um objeto
unificado e suscetível de classificação. A língua é uma parte essencial da
linguagem;
·
A língua é “um sistema de signos”- um conjunto de unidades
que se relacionam organizadamente dentro do todo. É a “parte social da
linguagem”, exterior ao individuo; não pode ser modificada pelo falante e
obedece às leis do contrato social estabelecido pelos membros da comunidade;
·
A fala é um ato individual; resulta combinações feitas pelo
sujeito falante utilizando o código da língua;
·
A distinção linguagem/língua/fala situa o objeto da
lingüística;
·
Foco de seu trabalho a linguística da língua, “produto
social depositado no cérebro de cada um”, sistema supra individual que a sociedade
impõe ao falante;
·
Separa a teoria da fala;
·
Teoria da analise linguística denominada – estruturalismo;
No século XX Noam Chomsky trouxe para os
estudos linguísticos uma nova perspectiva, onde as transformações, podemos
destacar alguns conceitos:
·
A linguagem como um conjunto (finito ou infinito) de
sentença;
·
A linguagem é uma capacidade inata específica da espécie,
isto é, transmitida geneticamente e própria da espécie humana;
·
Construir uma teoria geral da linguagem, conhecida como
gerativismo;
·
Distingui competência de desempenho. Competência linguística
é a porção do conhecimento do sistema linguístico do falante que lhe permite
produzir o conjunto de sentença de sua língua, é o conjunto de regras que o
falante construiu em sua mente pela aplicação de sua capacidade inata para
aquisição da linguagem. O desempenho corresponde ao comportamento linguístico,
que resulta não somente da competência linguística do falante, mas também de
fatores não linguísticos de ordem variada, pressupostos sobre as atitudes do
interlecutor. O desempenho pressupõe a competência ao passo que a competência
não pressupõe desempenho;
Em seguida temos o questionamento sobre a
existência de uma linguagem animal.
Considerando que a articulação da linguagem em significados menores é a propriedade
fundamental, na linguagem humana, pois permite produzir uma infinidade de mensagens
novas a partir de um número limitado de elementos sonoros distintivos. Em
síntese, a comunicação das abelhas que o texto colocou em questão não é uma
linguagem, é um código de sinais, como se pode observar pelas suas
características.
As linguagens podem ser muitas como:
música, dança, artes e muitas outras, é então que é necessário especificar que
a Linguística estuda somente a linguagem verbal humana, apesar da importância
que todas a linguagens verbais e não verbais compartilham uma característica
importante- são sistemas de signos usados para a comunicação.
A
Linguística faz parte da ciência semiótica, pois estuda a principal modalidade
dos sistemas sígnicos, as línguas naturais que são a forma de comunicação mais
altamente desenvolvida e de maior uso. As línguas naturais situam-se numa
posição de destaque entre os sitemas sígnicos porque possuem, entre outras as
propriedades de flexibilidade e adaptabilidade.
O linguista procura descobrir como a
linguagem funciona por meio do estudo de línguas específicas, considerando a
língua um objeto de estudo que dever ser examinado empiricamente, dentro de
seus próprios termos. A metodologia da análise linguística focaliza,
principalmente, a fala das comunidades e, em segunda instância, a escrita.
A propriedade atribuída pelo linguista ao
estudo da língua falada explica-se pela necessidade de corrigir os
procedimentos de analise da gramática tradicional.
Existem dois campos de estudos: A
lingüística geral e a descritiva. A geral oferece os conceitos e modelos que
fundamentarão a análise das línguas, a descritiva fornece os dados que
confirmam ou refutam as teorias formadas pela linguística geral.
Os estudos das transformações linguísticas
na história são chamadas de diacrônicas. Sassure, trouxe um novo ponto de vista
o sincrônico, mas também reconhece a importância da complementaridade das suas
abordagens. Em sincronia os fatos linguísticos são observados quanto ao seu
funcionamento, num determinado momento. Em diacronia os fatos são analisados
quanto às suas transformações, pelas relações que estabelecem com os fatos
precederem ou sucederem. A descrição sincrônica analisa as relações existentes
entre os fatos linguísticos nun estado de língua, os estudos diacrônicos são feitos com base na análise de sucessivos
estados de língua. O estudo sincrônico sempre precede o diacrônico. Muitos
linguistas tomam a separação sincrônica/diacrônica com rigoroso principio
metodológico.
A linguisticas vem crescendo e definindo-se
com o tempo, ampliando o seu espaço criando-se varias áreas interdisciplinares.
A gramática tradicional assumiu desde sua
origem um ponto de vista prescritivo, normativo em relação à língua e isso é
ate hoje em alguns lugares, pois ela fornece argumentos para se acreditar que
existe uma única maneira correta de se usar a língua.
A conjunção do descritivo e do normativo
efetuada pela gramática tradicional opera uma redução do objeto de análise que,
de intrinsecamente heterogêneo, assume uma só forma: a do uso considerado
correto da língua.
Abordar a língua exclusivamente sob uma
perspectiva normativa contribui para gerar uma série de falsos conceitos e até
preconceitos, que vêm sendo desmistificados pela linguística.
Todas as línguas até hoje estudadas
constituem em um sistema de comunicação estruturado, complexo e altamente
desenvolvidos.
A abordagem descritiva assumida pela linguística
entende que as variedades não padrão do português. O termo gramatical usado com
um valor descritivo: a gramática de uma língua ou de um dialeto é a descrição
das regularidades que sustentam a sua estrutura.
Com o objetivo de descrever a língua, a
Linguística desenvolveu uma metodologia que visa analisar as frases
efetivamente realizadas reunidas em um corpus
representativos(conjunto de dados organizados com uma finalidade de
investigação).
Com essa postura teórico-metodológica
diante da língua decorre o caráter cientifico da lingüística que se fundamenta
em dois princípios: o empirismo e a objetividade. A lingüística é empírica
porque trabalha com dados verificáveis por meio da observação; é objetiva
porque examina a língua de forma independente, livre de preconceitos sociais ou
culturais associados a uma visão leiga da linguagem.
A gramática é gerativa, porque de um numero
limitado de regras permite gerar um número infinito de sentenças. Reflete o
comportamento do locutor que, a partir de uma experiência finita e acidental da
língua, pode produzir e compreender um número infinito de frases novas.
Outra gramática proposta de explicação do
fato linguistico é apresentada pela gramática funcional, fundamentada nos
princípios do funcionalismo que leva em consideração o uso das expressões
linguisticas na interação verbal, inclui na análise da estrutura gramatical
toda situação comunicativa: o propósito do evento de fala, os participantes e
contexto discursivo.
O funcionalismo concorda que acima de tudo
a língua é instrumento de interação social usado para estabelecer relações
comunicativas entre os usuários.
O fenômeno da linguagem, que não se esgota
no estudo das características internas à língua, em termos de propriedades
formais do sistema linguísticos, mas se abre para outras abordagens que
considerem o contexto, a sociedade, a história.
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